No dia 26 de maio, é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Pra quem ainda não tem conhecimento, o Glaucoma é uma doença que atinge mais de 2% da população brasileira, e é uma das principais causas da perda de visão.
O que é a doença e como se manifesta?
O glaucoma é uma doença causada pela lesão do nervo óptico relacionada, na grande maioria dos casos, à pressão intraocular elevada, devido ao bloqueio do escoamento do humor aquoso, líquido que circula no interior de nossos olhos.
Quais os fatores de risco?
Os principais fatores de riscos do glaucoma são: pressão ocular elevada, pessoas acima de 40 anos, casos de glaucoma na família, etnia negra, diabetes ou hipertensão arterial, miopia alta, uso prolongado e contínuo de esteroídes/cortisona.
Quais sintomas são mais evidentes e quando se deve procurar o médico?
80% dos glaucomas não apresentam sintomas no início da doença. É uma doença crônica que não tem cura, mas, na maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. A consulta de rotina é imprescindível para o diagnóstico e acompanhamento da doença, pois quando não tratada, pode levar à cegueira. Os sintomas costumam aparecer em fase avançada, quando crônico , isto é, o paciente não nota a perda de visão até vivenciar a "visão tubular", que ocorre quando há grande perda do campo visual (perda irreversível).
Como é feito o diagnóstico de glaucoma?
A consulta regular ao oftalmologista é o principal meio para detecção da doença. Durante a consulta são realizados a medição da pressão intraocular e avaliação de fundo de olho, e caso haja necessidade, exames específicos serão indicados, tais como: retinografia colorida, curva tensional diária, paquimetria, campo visual e tomografia ocular.
Quais são os tratamentos disponíveis?
Em geral o tratamento é realizado por meio de colírios, entretanto, caso o tratamento clínico não apresente resultados satisfatórios a cirurgia torna-se a única opção.
Como conviver com o glaucoma?
O glaucoma não é contagioso, não ameaça a vida e, se for precocemente diagnosticado e tratado, raramente leva a cegueira. Embora não possa ser curado, pode ser, na maioria dos casos, controlados.
Quais são as possíveis complicações do glaucoma?
A cegueira é o principal risco da doença, por se tratar de uma doença silenciosa, que geralmente no início não apresenta sintomas, e progride lentamente sem que o paciente se dê conta da perda visual. Por isso, é importante o exame oftalmológico anual preventivo, principalmente após os 35 anos de idade, mesmo que o paciente nada reclame dos olhos.
É possível ficar longe do glaucoma somente com a prevenção?
O tratamento que precisa ser feito ao longo da vida é a prevenção, impedindo que a doença se desenvolva, através do controle da pressão intraocular, já que não é possível trazer de volta a visão perdida causada pelo glaucoma. Assim como outras doenças oculares, quanto mais cedo diagnosticada, mais chances de sucesso no tratamento, por isso, é tão importante o acompanhamento oftalmológico regular.
Há alguma técnica ou procedimento inovador no tratamento?
Em relação às cirurgias, houve uma evolução nas técnicas cirúrgicas com as cirurgias a laser e com implante de um dispositivo chamado Ex-press, este último, trata-se de um dispositivo de drenagem implantado no olho, no túnel escleral (branco do olho), por meio de uma pequena incisão, permitindo a passagem do líquido e o consequente controle da pressão intraocular. Já a cirurgia a laser atua na diminuição da produção do líquido interno do olho, eliminando parte dessa produção, responsável pelo aumento de pressão intraocular, com menos restrições no pós-operatório do que a cirurgia tradicional. Essas duas técnicas oferecem mais precisão ao cirurgião, além de eficácia e menores complicações ao procedimento cirúrgico, proporcionando ao paciente uma recuperação mais rápida e segura.