O Caderno Revista da Cidade, do Jornal da Cidade, publicou, em sua edição do último final de semana, uma matéria, com Dr. Fábio Morais, retinólogo do HOS, sobre Tratamento Ocular Quimioterápico.
Confira a matéria na íntegra:
Desmistificando o Tratamento Ocular Quimioterápico
Apesar do peso do termo “quimioterápico”, que à primeira vista, assusta o paciente com indicação para o Tratamento Ocular Quimioterápico, o mesmo não tem qualquer relação com o câncer, é o que esclarece o retinólogo do Hospital de Olhos de Sergipe (HOS), Fábio Morais. “Em oftalmologia, o Tratamento Ocular Quimioterápico consiste na aplicação de drogas dentro dos olhos ( antiangiogênicos) a fim de tratar doenças de retina, a exemplo de Retinopatia Diabética, Uveítes e Degeneração Macular”, diz.
A herança do nome, entretanto, data do desenvolvimento de uma das medicações, criada inicialmente para tratar o câncer de cólon retal. Entretanto, diante de estudos realizados nos Estados Unidos, descobriu-se a viabilidade do tratamento para pacientes com doenças de retina.
“O primeiro paciente foi submetido a este tratamento em 2005, nos Estados Unidos. Até então essas drogas eram utilizadas no tratamento do câncer de cólon retal. Depois, todo mundo começou a fazer o tratamento de forma “off label”, ou seja, não oficial. Os resultados eram tão bons que as pessoas tinham que fazer”, explica o retinólogo.
Esse tratamento mudou o paradigma da perda da visão como algo inevitável para pacientes com doenças severas de retina. Em muitos casos, além de frear o avanço da enfermidade, a medicação melhora a visão do paciente. De acordo com o oftalmologista, a partir da segunda aplicação ( o paciente é submetido, no mínimo, a três aplicações) os resultados já são perceptíveis.
Atualmente, estão disponíveis no mercado quatro medicações para este tratamento, mas a tendência é que nos próximos anos muitas outras sejam disponibilizadas. Apesar de se tratar de um procedimento cirúrgico, o tratamento não afeta negativamente a qualidade de vida do paciente. O procedimento dura em médica cinco minutos, tem anestesia tópica (colírio) e a indicação de repouso é leve.
Desde 2012, portadores de Degeneração Macular relacionada à idade (DRMI), Retinopatia Diabética e Oclusões Venosas passaram a ter direito ao Tratamento Ocular Quimioterápico bancado por seguradoras e planos de saúde. O procedimento está inclusivo no novo Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, determinado pela Resolução Normativa 262, da Agência Nacional de Saúde Complementar.