Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o número de casos de diabetes no Brasil cresceu 68% nos últimos dez anos. Hoje, aproximadamente 16 milhões de brasileiros sofrem com a doença, sendo o Rio de Janeiro a capital com maior prevalência de diagnóstico, com cerca de 10 casos para cada 100 mil habitantes. No ranking mundial, o país ocupa o 4° lugar, ficando atrás de China, índia e Estados Unidos.
Fatores como obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada são alguns dos principais gatilhos para o surgimento do diabetes. A doença também pode causar complicações como doença renal, amputações, infartos e derrames.
O alto índice glicêmico (excesso de açúcar no sangue) também é perigoso para a saúde ocular, podendo contribuir para o surgimento de doenças como glaucoma, catarata e retinopatia diabética, que é considerada a doença mais prevalente ente os diabéticos.
A retinopatia diabética ocorre devido à alterações dos vasos que nutrem a retina, tecido interno do olho responsável pela formação de imagens. O nível elevado de glicose no sangue pode levar ao fechamento progressivo nos vasos dessa camada, prejudicando a oxigenação das células, podendo levar a hemorragias. Existem diferentes níveis de retinopatia diabético, e nos casos mais avançados pode ocorrer perda visual severa.
Diante desses riscos, o paciente, assim que detectado com diabetes seja tipo1, tipo 2 ou gestacional – deve realizar uma avaliação com um médico oftalmologista, mesmo que não haja indício de doença ocular. Também é importante ter em mente que esse acompanhamento deve ser contínuo.
COMBATE AO DIABETES NO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE BRASILEIRO
O Brasil conta com importantes políticas públicas para o controle da doença. Existe uma frente preventiva que envolve ações comandadas por agentes de saúde no intuito de conscientizar a população sobre a importância de hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos e a manutenção de alimentação balanceada.
Além dessas ações com foco em prevenir e controlar o diabetes, nos últimos anos, houve também uma ampliação do acesso ao tratamento no Sistema único de Saúde (SUS), o que incluiu a detecção, controle e tratamento medicamentoso. O diabetes é considerado uma das doenças mais relevantes para o sistema público de saúde.
De acordo com especialistas, a doença gera grande impacto econômico no sistema público de saúde devido às complicações inerentes à doença como amputações, quadros de insuficiência renal e incidentes cardiovasculares, que são as principais causas de morte entre pacientes com diabetes.
Desde 2006 existe uma lei (n° 11.347) que estipula que pacientes com diabetes recebam gratuitamente, por meio do SUS, os medicamentos, além dos materiais necessariamente para a aplicação a monitoramento da glicemia. Para ter acesso a esses recursos, o paciente precisa estar inscrito em algum programa de educação especial em diabetes. Para isso, o paciente precisa ir a uma unidade de saúde básica (posto de saúde, clínica da família) perto de sua casa e preencher um cadastro de pessoa com diabetes.
O DIABETES NO CENÁRIO GLOBAL
É a sexta doença que mais leva a infecções hospitalares e a quarta que mais causa morte ao redor do mundo. Cerca de 370 milhões de pessoas no mundo sofrem com o tipo 2 da doença, o que representa 90% dos indivíduos com diabetes; os outros 10% são os que têm diabetes tipo 1, também conhecido como diabetes insulinodependente.
A doença tem ainda um fator de complicações a mais: a dificuldade do diagnóstico. Estima-se que aproximadamente 50% dos diabéticos não sabem que são portadores da doença e outros 25% sabem, porém não seguem o tratamento da forma correta, o que eleva os riscos de complicações.