Nos últimos cinco anos, o tratamento cirúrgico das doenças da retina passou por um avanço significativo. De acordo com o oftalmologista e especialista em cirurgia de retina do Hospital de Olhos de Sergipe, “houve avanços nos novos equipamentos disponíveis no mercado, nos acessórios usados nas cirurgias e nas medicações para aplicação intraocular”.
Quantos aos equipamentos, após mais de 15 anos sem atualizações significativas, surgiram no mercado dois aparelhos com uma velocidade em dobro e controle maior e constante da pressão ocular. Ambas novidades trouxeram maios segurança às cirurgias de deslocamento de retina, hemorragia, buraco de mácula, entre outras.
“importante avanço nos acessórios cirúrgicos ocorreu com o advento de instrumentos cada vez menores. Anteriormente, as incisões tinham diâmetro mínimo de 0,9 mm. Atualmente, novos materiais com diâmetro de 0,5 mm são utilizados, enquanto outros menores que 0,4 mm já estão em testes”, destaca Dr. Gustavo. A grande vantagem de instrumentos mais finos é um processo de cicatrização melhor e com muito menos desconforto.
Novas fontes de iluminação permitem melhor identificação das estruturas intraoculares com menor risco de toxicidade. Adicionalmente, novos corantes facilitam a identificação de membranas delicadas e contribuem para maior sucesso das cirurgias de buraco macular, retinopatia diabética e membrana epirretiniana.
Houve também grande avanço no tratamento das doenças vasculares da retina, como retinopatia diabética, degeneração macular relacionada à idade e oclusão venosa. Todas podem ter em comum, em algum estágio da doença, a formação de vasos sanguíneos anômalos num local onde não deveriam existir. Essa alteração comumente leva a sangramento ou a acúmulo de líquido da retina (edema). Ambas podem causar significativa e irreversível redução da capacidade de enxergar se não forem tratadas precocemente.
A terapia medicamentosa com antiangiogênicos surgiu, inicialmente para o tratamento da degeneração macular relacionada à idade. Sua grande eficácia estimulou seu uso para as outras doenças vasculares da retina. Atualmente, medicações como bevacizumabe (Avastin) e ranibizumabe (Lucentis) são consagradas na literatura mundial como seguras e eficazes para as doenças anteriormente citadas. Ainda neste ano, deverá estar disponível no Brasil o aflibercet (Eyelea – VEGF- Trap), medicação com ação semelhante às anteriores.
“Essas substâncias, além de tratar isoladamente diversas doenças retinianas, também podem ser injetadas no olho antes, durante ou após cirurgia da retina em pacientes com retinopatia diabética em suas formas mais graves. Isso tem contribuído para melhores e mais previsíveis resultados cirúrgicos” completa o oftalmologista.
O tratamento antiangiogênico consiste na injeção da substância no olho em sala cirúrgica. Isso reduz significativamente os riscos associados, como infecção intraocular. Normalmente, o paciente tratado já sai do centro cirúrgico minutos após a aplicação. O principal cuidado pós operatório é o uso de antibiótico preventivo em forma de colírio.
Todas as opções terapêuticas citadas trouxeram grandes benefícios para os portadores das mais diversas doenças da retina. Acrescentaram eficácia e segurança, contribuindo para melhor visão e, consequentemente, qualidade de vida. Todos esses recursos já estão disponíveis e podem ser rotineiramente usados em Sergipe.Autor: Jornal da Cidade – Caderno Bem Estar