O desenvolvimento do bebê acontece ao longo de toda a gravidez, que normalmente dura 40 semanas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é considerada uma criança prematura, o recém-nascido com menos de 37 semanas de gestação. Se o bebê nasce antes do tempo, pode apresentar imaturidade de vários órgãos, o que faz com que não estejam completamente prontos para funcionar fora do útero. Essa imaturidade dos órgãos pode levar a alguns problemas de saúde, inclusive nos olhos. Portanto, bebês prematuros necessitam de cuidados redobrados com a visão. Pela necessidade de diagnóstico precoce desses problemas de saúde, e assim garantir uma intervenção o mais cedo possível, prematuros, após a alta da UTI neonatal, devem ter acompanhamento específico do pediatra e de outros médicos especialistas, como o oftalmologista.
Uma das condições mais comuns que podem ocorrer em bebês prematuros é a Retinopatia da Prematuridade (ROP), uma das principais causas de cegueira e baixa visão na infância nos países em desenvolvimento. Quando o bebê nasce prematuro, a retina não está com os vasos sanguíneos formados completamente e pode ocorrer um erro na formação desses vasos provocando assim a retinopatia da prematuridade. Quanto mais prematuro for o bebê e quanto menor o peso ao nascer, maior a chance de desenvolver essa doença. Nesse caso, o acompanhamento com o oftalmologista deve ser realizado até que os vasos da retina tenham se desenvolvido completamente. Se o especialista diagnosticar que os vasos podem provocar descolamento da retina, ele indicará cirurgia para manter a retina no lugar. O procedimento deve ser feito no momento adequado para que o bebê não corra o risco de perder a visão.
A ROP aumenta o risco de o bebê desenvolver outros problemas oculares. Existem estudos que mostram uma predisposição maior para o desenvolvimento de erros de refração (miopia, hipermetropia e astigmatismo). Pesquisas também indicam que a incidência de estrabismo em crianças prematuras que tiveram ROP é maior quando comparada às crianças que nasceram a termo. Estudos também mostram que cerca de metade das crianças que tiveram ROP irá apresentar algum grau de ambliopia (olho preguiçoso). Por isso, todo recém-nascido prematuro deve manter acompanhamento com oftalmologista, com o objetivo de prevenir e tratar precocemente alterações oculares secundárias.
“Quanto mais prematuro for o bebê e quanto menor o peso ao nascer, maior a chance de desenvolver essa doença.”
Covid-19 e prematuridade
Em tempos de Covid-19, é importante enfatizar que um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos constatou que contrair o novo coronavírus durante a gravidez aumenta o risco de parto prematuro.
O CDC analisou 4.442 gestantes diagnosticadas com Covid-19. Durante a pesquisa, mais de 3.900 bebês tiveram a idade gestacional relatada. Dentro desse grupo, 13% dos bebês (cerca de 500) nasceram prematuros. Em relação aos recém-nascidos, que foram testados para a Covid-19, metade que teve teste positivo era prematuro.
Para prevenir a Covid-19, as recomendações do CDC para gestantes são as mesmas que para a população em geral: tomar a vacina, usar máscara, manter distanciamento social e lavar as mãos frequentemente. Além disso, devem se manter em dia com as outras vacinas recomendadas para grávidas e fazer pré-natal para garantir a saúde geral.
Fonte: Revista VejaBem I Conselho Brasileiro de Oftalmologia
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