O oftalmologista Gustavo Melo alerta para o fato de que 30% da população acima dos 75 anos têm a doença. Baixa de visão, com manchas escuras ou linhas distorcidas. Estes são os principais sintomas decorrentes da degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
Segundo o oftalmologista Gustavo Melo, especialista em Retina e Vítreo, a DMRI é uma doença que acomete a retina, principalmente a região central, onde fica a mácula. “A degeneração macular se desenvolve principalmente em idosos, por isso é relacionada à idade, já que sua tendência é surgir após os 50 anos, mais ou menos. E o principal sintoma é realmente a baixa de visão central. Na parte central da visão a pessoa vai notar uma mancha escura, enquanto no campo periférico a visão permanece normal”, explica o médico, acrescentando que a longo prazo a doença pode evoluir com a perda significativa do campo visual central.
A DMRI pode ser dividida em duas formas principais: a seca e a úmida. De acordo com o especialista, 85% das pessoas a desenvolvem na forma seca e 15% na forma úmida. No entanto, a úmida é responsável por 90% dos casos de baixa de visão. “Apesar de ser menos comum, é a forma mais grave e a que mais compromete a visão”, completa. Outro ponto ressaltado é que não existe tratamento para a forma seca. No entanto, existem algumas substâncias que podem prevenir a progressão da doença: “São as vitaminas A (betacaroteno), C e E, zinco e cobre. E um composto com essas vitaminas e sais minerais demonstra que ocorre uma redução da progressão para a forma grave da doença. Essa seria a prevenção da forma seca”, informa o médico. Para os casos mais graves, ele revela que um tratamento recente tem revolucionado, que é uma injeção de medicação dentro do olho. “A injeção intra-ocular de bevacizumabe e ranibizumabe serve para diminuir a proliferação vascular decorrente dessa doença e causa uma estabilização que chega a 90-95% dos casos, ou seja, não há baixa de visão aumentada, ela estabiliza. E 20 a 40% das pessoas podem ter melhora da acuidade visual”, continua. Porém, Gustavo Melo destaca que ainda são necessárias múltiplas injeções para poder controlar a doença. Geralmente, três aplicações com intervalo mensal e, de acordo com a evolução, avalia-se a necessidade de continuidade do tratamento ou não. “A injeção é feita no centro cirúrgico, com anestesia local”, diz. considerada uma pequena cirurgia, mas simples – retirado do texto Fatores de Risco Pesquisas divulgam que a Degeneração Macular acomete aproximadamente 1% da população mundial e quando consideradas pessoas acima de 40 anos acomete em torno de 9% e acima dos 75 anos, 30% da população tem a doença. “Ela é mais comum principalmente nas pessoas que são ou foram fumantes, isso aumenta o risco de desenvolvê-la em duas vezes.
Pessoas obesas também ou que tenham exposição solar aumentada, o que é um fator suspeito, mas não totalmente comprovado. Outros grupos de risco são a idade quanto mais avançada, sexo feminino, quem tem histórico familiar da doença e pessoas de cor clara”, diz o oftalmologista. Cuidados Para quem apresenta história familiar ou algum fator de risco para desenvolver a doença, o médico recomenda que seja feito o exame de fundo de olho, de mapeamento de retina, com regularidade. “Pessoas acima de 50 anos devem fazer pelo menos anualmente para tentar fazer o diagnóstico precoce. Normalmente, a recomendação é usar o complexo vitamínico, como forma de prevenção. E, ao indício de qualquer baixa de visão súbita, procurar o oftalmologista para uma consulta de urgência, pois na fase inicial ela pode passar despercebida”, afirma. E o médico faz um alerta importante. “Atualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde, esta é a terceira principal causa de cegueira no mundo, atrás apenas da catarata e do glaucoma. E a degeneração macular junto com alterações da retina decorrente do diabetes foram causas mais frequentes de baixa de visão do que catarata e glaucoma, conforme um estudo feito em São Paulo. Essas são doenças controláveis, mas que deve ser feito acompanhamento e tratamento prolongado, pois não existe um tratamento que seja totalmente curativo. O tratamento é de manutenção na tentativa de estabilizar a visão e, quem sabe, melhorar”.