Segundo dados da Organização mundial da Saúde (OMS) o diabetes não para de crescer no mundo todo e o envolvimento familiar ajuda os portadores a controlar os principais fatores de risco da doença: sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos calóricos. O atlas da OMS aponta que a prevalência global do diabetes é de 8,8%, totalizando 425 milhões de casos e prevê que em 2040 atinja 1 em cada 10 pessoas no mundo. No Brasil 8,1% da população tem diabetes, ou seja, 16,8 milhões de brasileiros. Entre mulheres a incidência é de 8,8% contra 7,4% dos homens.
Chance de perder a visão aumenta até 25 vezes
De acordo com o oftalmologista Dr. Leôncio Queiroz Neto a mulher tem maior tendência para se tornar diabética porque na maternidade pode ganhar peso, e 16% contraem diabetes gestacional, que embora desapareça após o parto, pode se tornar um mal permanente. “O problema é que o diabetes é uma doença progressiva e aumenta em até 25 vezes o risco de perder a visão”, alerta. Isso porque, explica, afeta toda a circulação, inclusive dos delicados vasos sanguíneos do fundo do olho sem dar qualquer sinal de alerta no início. Por isso, toda pessoa que tem diabetes deve fazer exames oftalmológicos periódicos. Caso enxergue manchas escuras deve consultar um oftalmologista imediatamente.
Falta informação
Uma evidência do maior risco de cegueira entra diabéticos foi comprovado por uma recente pesquisa desenvolvida em 41 países, incluindo o Brasil, pelo International Diabetes Federation (IDF), IAPB (agência de controle da cegueira ligada à OMS) e International Federation on Ageing (IFA). A pesquisa mostra que metade dos diabéticos só são diagnosticados anos depois de conviver com a doença e quanto mais tardio o diagnóstico, maior a chance de perder a visão. Pior: quase um terço, 31%, nunca receberam informação sobre retinopatia e edema macular- decorrentes do diabetes, importantes causas de perda definitiva da visão entre pessoas de 20 a 60 anos. O oftalmologista destaca que no Brasil o primeiro diagnóstico de diabetes muitas vezes acontece durante um exame de fundo de olho porque o brasileiro, não tem hábito de fazer check-up. A visão, ressalta, responde por 85% de nossa integração com o meio ambiente. Por isso, determina a independência conforme envelhecemos.
Catarata e alterações sistêmicas
Além das alterações na retina, o diabetes dobra o risco de contrair catarata segundo um estudo realizado no Reino Unido com mais de 50 mil pessoas. Queiroz Neto explica que isso acontece porque os depósitos de glicemia nas paredes do olho somados às constantes oscilações dos níveis glicêmicos aumentam a formação de radicais livres e aceleram o processo de envelhecimento do cristalino, lente interna do olho. O especialista afirma o adiamento da cirurgia é contraindicado porque torna o procedimento mais perigoso e porque a catarata avançada impede o bom acompanhamento de alterações na retina causadas pelo diabetes e por isso pode levar à perda irreparável da visão. A hiperglicemia, observa, também pode causar complicações cardiovasculares, insuficiência renal, amputação e danos nos nervos decorrentes da má circulação.
44% falham na dieta
Queiroz Neto explica que 10% dos casos de diabetes são do tipo 1, ou seja, causada por uma alteração no sistema imunológico que dificulta a produção de insulina pelo pâncreas. A falta de insulina, hormônio que transforma a glicose dos alimentos em energia, cria depósitos de glicemia no sangue. explica. O tratamento para reequilibrar o organismo é feito com reposição de insulina.
“Nos outros 90%, o diabetes é do tipo 2 e resulta de uma resistência das células à insulina relacionada à hereditariedade, sedentarismo, obesidade e estresse”, salienta. O tratamento é feito com medicamentos que estimulam a produção de insulina, mas a manutenção de uma dieta equilibrada é fundamental. O problema é que o 44% dos participantes da pesquisa afirmaram que têm dificuldade para manter a dieta correta.
Tratamento mais acessível
A pesquisa mostra que os tratamentos para retinopatia diabética e edema macular combinam mais de uma terapia ao redor do mundo e o laser ainda é o mais utilizado. Quase um terço dos participantes, 29%, afirmaram ter dificuldade para pagar os exames. A boa notícia é que no Brasil os planos de saúde passaram a cobrir dois procedimentos a partir deste ano por determinação da Agência Nacional de d Saúde (ANS). O oftalmologista destaca que agora a Tomografia de Coerência Óptica (OCT), exame de imagem utilizado no diagnóstico e a terapia anti-VEGF, tem cobertura dos planos de saúde. Por isso, mais brasileiros já podem preservar a visão das doenças na retina.
Fonte: Assessoria de comunicação do Instituto Penido Burnier