A saúde ocular ganha destaque neste dia 26 de maio. Trata-se do Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, criado para conscientizar e alertar a população sobre esta doença que é a maior causa de cegueira irreversível no mundo. Silencioso, o glaucoma é assintomático no início, só apresentando os primeiros sintomas depois que já está em uma fase mais avançada.
Segundo o oftalmologista cooperado Unimed Sergipe, Dr. Fábio Ribas, esta é uma doença que tem alguns fatores de risco. “Trata-se de uma doença do nervo óptico que leva a uma perda de visão periférica, em fases iniciais, e que acaba acometendo também a visão central em fases avançadas da doença. Temos como fatores de risco idade avançada, pressão intraocular elevada, miopia elevada, raça negra e hereditariedade”, explica Dr. Fábio.
O nervo óptico é o cabo que liga o olho ao cérebro. Ele leva as informações visuais do olho para serem interpretadas no sistema nervoso central. Se esse cabo é “machucado”, as informações deixam de ser transmitidas com qualidade e o campo visual vai piorando até que essa transmissão é interrompida, levando a uma perda visual irreversível.
Entre os fatores de risco apresentados para o desenvolvimento do glaucoma, a idade se destaca sendo um dos maiores e mais recorrentes. “Quanto mais velho, maiores as chances de desenvolver essa doença, especialmente depois dos 40 anos. Existem subtipos mais raros de glaucoma que podem aparecer em pessoas mais jovens, mas isso é a exceção. Os estudos mostram que hábitos de vida saudáveis, com exercícios físicos, alimentação rica em antioxidantes e evitando substâncias nocivas, como o cigarro, reduzem a chance de desenvolver glaucoma ao longo da vida”, frisa Dr. Fábio.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), a doença atinge cerca de 2% dos brasileiros acima dos 40 anos. As previsões futuras também não são animadoras: segundo a OMS, até 2040, cerca de 112 milhões de pessoas sofrerão com a doença em todo o mundo. A consulta regular ao oftalmologista é a principal maneira de se evitar e de descobrir precocemente a doença.
“O grande problema do glaucoma é que esse:é uma doença assintomática na grande maioria dos casos. Quando o paciente percebe que algo está errado, notando uma perda de campo visual ou de visão central, em geral a doença já está em fases avançadas, já com grande perda visual irreversível. Logo, o ponto chave no tratamento do glaucoma é o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais opções de tratamento são possíveis e menores as chances de o paciente ter algum comprometimento visual significativo”, alerta Dr. Fábio.
Se o diagnóstico precoce previne a perda de visão, o diagnóstico tardio complica ainda mais a situação da doença. “Quanto mais tardio o diagnóstico, menos opções de tratamento são efetivas e maiores as chances de cegueira. Logo, o acompanhamento regular com o oftalmologista, especialmente após os 40 anos, é fundamental nesse processo”, completa o oftalmologista.
Tratamento
O tratamento é iniciado com o uso de colírios ou terapia a laser para reduzir a pressão intraocular, único fator de risco que se pode modificar na doença. O tratamento a laser, chamado trabeculoplastia seletiva, é uma excelente opção nos casos iniciais, pois consegue reduzir a pressão intraocular em cerca de 80% dos casos, livrando muitas vezes o paciente do uso contínuo de colírios, pelo menos por algum tempo.
“Para os casos que serão submetidos a cirurgia de catarata, temos hoje opções para concomitantemente reduzir a pressão intraocular, as chamadas cirurgias minimamente invasivas, as MIGS, como o Istent e a goniotomia com Kahook Dual Blade. O tratamento cirúrgico do glaucoma, trabeculectomia ou implantes de válvula de drenagem, por sua vez, é em geral reservado para os casos que não respondem bem ao tratamento com colírios ou com as outras modalidades, sendo necessário uma redução mais intensa da pressão devido a gravidade da doença”, pontua Dr. Fábio.
Fonte: Unimed Sergipe