Dr. Mário Ursulino foi entrevistado pelo Jornal Correio de Sergipe, em matéria alusiva ao Dia do Oftalmologista.
Na matéria, publicada no dia 07 de maio, Dr. Mário comemora o alto nível dos profissionais e clínicas que atuam em Sergipe, mas lamenta o travamento político para melhorar as políticas públicas na área oftalmológica.
A publicação mostra ainda um dado alarmante, fruto de pesquisa do IBOPE: um terço da população brasileira acima de 16 anos nunca foi ao oftalmologista!
Confira aqui a matéria na íntegra:
Um terço da população nunca foi ao oftalmologista
Hoje, 07, é comemorado o dia do médico oftalmologista, data festejada pelos profissionais de Sergipe com satisfação, já que o estado dispõe de tecnologias avançadas na área e consegue prestar uma assistência de qualidade à população. Porém, apesar do desenvolvimento, ainda falta conhecimento da população e maior oferta de consultas na rede pública de saúde.
Para o médico oftalmologista Mário Ursulino, Sergipe conta com bons profissionais e boas clínicas, mas ainda existe travamento político para o melhor desenvolvimento da área. A grande comemoração para nós, oftalmologistas, nesse dia, é ver que a oftalmologia em Sergipe está em um nível muito alto. Não deixa a dever a nenhum estado do Nordeste e até mesmo do Brasil. Hoje, a gente realiza praticamente todos os procedimentos cirúrgicos da oftalmologia mundial e fazemos todos os exames possíveis. Esse é o motivo de maior orgulho”, diz.
“Claro que ficamos tristes porque muitas coisas que precisam ser feitas dependem de órgãos públicos, da classe política e aí ficamos com uma certa limitação. Por exemplo, como não conseguimos apoio do poder público, por conta própria implantamos residência em oftalmologia no estado. Muitos colegas que queriam se especializar na área tinham que sair do estado para fazer isso. Não são todas as pessoas que têm condições de ficar três anos fora. Então, implantamos a residência em Sergipe e hoje a gente forma um oftalmologista por ano que atua aqui na clínica”, explica Mario Ursulino.
Dados de uma pesquisa realizada pelo IBOPE com mais de duas mil pessoas em todo o país revelam que um terço da população acima de 16 anos nunca foi ao oftalmologista. Ainda segundo a pesquisa, dos 64% dos entrevistados que já foram ao especialista, 18% só foi uma única vez. “A população tem muito problema de visão por duas questões: disponibilidade de consultas oftalmológicas, porque existe dificuldade para a população carente; e a falta de informação, em saber que é preciso fazer a consulta e medir a sua pressão intraocular”, pontua o oftalmologista.
Cegueira
Dentre os problemas que causam cegueira, o mais comum é a catarata, mas felizmente é um quadro que pode ser revertido através de cirurgia. “Essa é uma cegueira reversível. Há como contornar a baixa visão, tem solução. Nós temos uma lente dentro do olho que, com o avançar da idade, ela vai ficando embaçada, mas através da cirurgia, conseguimos recuperar a visão”, explica.
Mas existem dois tipos de cegueira irreversível: uma causada pelo glaucoma e outra pelo diabetes não controlado. “A causa mais comum de cegueira irreversível, que não tem solução quando ele se instala, é o glaucoma, que é a pressão intraocular elevada. A segunda causa mais comum é o diabetes. O diabetes não controlado provoca uma alteração no fundo do olho que, muitas vezes, não tem solução. O estrago é grande e não se faz transplante do fundo do olho”, diz o médico.
O tratamento do glaucoma é feito através de medicação e, em alguns casos, é necessária uma intervenção cirúrgica. O problema é a falta de continuidade no tratamento. “Todo caso que precisa de tratamento crônico, ou seja, de uso diário de medicação, é preciso que se tenha educação e consciência do problema porque a pessoa relaxa e deixa de fazer o uso. O tratamento tem a necessidade do uso regular e contínuo do colírio, mas muitos pacientes não sentem nenhuma diferença e deixam de usar”, ressalta Ursulino, que alerta que, a partir dos 35 anos, é preciso aferir a pressão intraocular pelo menos uma vez ao ano em com o passar da idade, a predisposição ao glaucoma aumenta, mas quem tem casos na família da doença deve ficar mais atento.