O Jornal da Cidade publicou, em sua edição desta sexta-feira (11), uma matéria com a especialista em oftalmopediatria do Hospital de Olhos de Sergipe (HOS), Dra. Lusa Reis, sobre o Dia Mundial da Visão, celebrado ontem (10).
Segue a matéria na íntegra:
Especialistas alertam para exames da visão
O Dia Mundial da Visão foi comemorado ontem (10), mas apesar da data, muitas pessoas ainda sofrem com problemas que poderiam ser revertidos facilmente. “[ Um grande número de dificuldades visuais ocorre] porque às vezes as pessoas não têm acesso nem conhecimento. Às vezes são tratados por pessoas que não são oftalmologistas”, disse a especialista Lusa Reis.
Outro problema não seria o elevado preço das armações e lentes? “Existem óculos caros, mas também aqueles baratos, bem como entidades que os doam. Acho que o problema não é esse; algumas pessoas fazem compras casadas, como comprar os óculos e ganhar uma consulta, a qual geralmente não é feita por médico. São os optometristas”, falou.
Segundo a médica, o mais importante é o diagnóstico, principalmente no interior do Estado. A questão do Dia da Visão é acessibilidade das pessoas ao oftalmologista, de acordo com ela.
Quando ir ao oftalmo?
Lusa acrescenta que a principal doença é o glaucoma, por ser irreversível e provocar cegueira. “A pessoa não sente [a doença avançar], pois ela afeta a visão periférica”, frisou. O problema é evidenciado quando se perde a visão central. A oftalmologista destaca também o diagnóstico correto na infância e a catarata, a qual causa a perda da qualidade da visão e que pode ser revertida por meio de cirurgia.
“A pessoa adulta deve ir uma vez por ano, em geral”, frisou Lusa Reis. Ela ressalta cuidados na infância. “A primeira avaliação deve ser feita logo quando a criança nasce, por meio do teste do reflexo vermelho [mais conhecido como teste do olhinho]”. Esse exame serve para ver se há má formação do olho.
Outra consulta é necessária até completar os dois anos de idade, se o primeiro teste tiver resultado normal. “Estando normal essa consulta, é importante haver uma avaliação entre os sete e 10 anos de idade, que é idade de alfabetização. Se tudo estiver normal, outra consulta deve ocorrer na adolescência, ou com freqüências anuais”, disse.
Números e mais números
A médica estima que 0,60% do total de habitantes numa população de um país em desenvolvimento tenha deficiência visual (cegueira), mesmo com a visão corrigida por óculos.
Do total de cegos, 42% são por catarata, 12% por glaucoma. 7% por retinopatia diabética, 5% por degeneração macular relacionada à idade e 2% por cegueira infantil. “Cerca de 1,5% da população total de Sergipe [ou seja, 31.000 habitantes] tem glaucoma (cegueira irreversível), sendo que muitos não o sabem. Essa taxa sobre para 4% considerando a população acima de 40 anos”, frisou.
Quanto à cegueira infantil, que aparentemente tem uma incidência pequena dentre as demais causas de cegueira, deve-se levar em consideração os anos produtivos perdidos devido à limitação visual adquirida desde a infância, já que as outras principais causas de cegueira ocorrem mais na população adulta, que já produziram durante a vida. Esse problema leva a prejuízos econômicos para família e sociedade, segundo Lusa Reis.
Por fim, considerando os erros refrativos ( ou seja problemas de grau/óculos), eles representam a maior causa de baixa visual – estima-se em 50%. “Ou seja, a maioria das pessoas com limitações visuais enxergariam perfeitamente se usassem óculos”, falou.
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