Conscientizar a sociedade sergipana sobre a importância das doações de córnea. Esse é o principal objetivo da campanha Setembro Verde do Hospital de Olhos de Sergipe (HOS), que visa sensibilizar as famílias e mostrar a importância do gesto cheio de empatia, que tem o poder de transformar a vida de muitas pessoas.
Em Sergipe, o tempo de espera dos pacientes por um transplante é de cerca de um ano, e isso se deve, principalmente, aos altos índices de negativas por parte das famílias sergipanas, que ao serem abordadas pelas equipes de coleta, se negam a doar os órgãos do ente querido que faleceu.
“Chega a 70% o índice de negativas por parte de familiares e isso é alarmante. Isso explica o porquê de nossa fila de espera por um transplante de córnea ser tão morosa, em torno de um ano. Tenho oportunidade de estar em outros estados e vejo que o processo é bem mais rápido. Um bom exemplo é Pernambuco, onde em menos de um mês se consegue realizar a cirurgia e tudo isso está relacionado com a receptividade da família em autorizar a doação da córnea”, destacou o médico Allan Luz, especialista em transplante de córnea e chefe do setor de transplante do Hospital de Olhos de Sergipe.
Durante o Setembro Verde, o HOS apresentará uma campanha em suas mídias sociais (facebook e instagram) onde o foco será sensibilizar a audiência quanto à importância da doação. O mote será 'Enxergue a vida com amor', denotando através de vídeo, casos de pacientes que fizeram o transplante de córnea e encontram-se atualmente com a visão em bom estado, desfrutando de qualidade de vida.
“Nosso trabalho de conscientização terá como público-alvo as famílias em geral para que elas compreendam a importância desse gesto, que é a autorização da doação da córnea. Levantamentos revelam que a grande maioria das doações vem de hospitais públicos, pois infelizmente, em hospitais particulares é muito difícil se conseguir doações. É preciso que se crie essa consciência para que esses números aumentem, pois somos o menor estado da federação e não haveria necessidade de termos uma espera tão grande para conseguir uma córnea”, enfatizou o especialista.
Ainda segundo o médico, essa sensibilização se faz necessária para oportunizar a cirurgia a um número maior de pacientes e assim reduzir o tempo de espera pelo transplante. “Isso é extremamente importante, pois mesmo se o paciente manifestar em vida o desejo de ser doador, fizer uma declaração e colocar na carteira, a família é quem decide após o óbito dessa pessoa. Tudo depende muito do contexto, da abordagem e da receptividade da família em relação ao Banco de Olhos e às pessoas que vão realizar essa coleta”, ressaltou o Dr. Allan Luz.
Referência em Sergipe
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O Hospital de Olhos de Sergipe se destaca no atendimento à população quando o assunto é o transplante de córnea. A instituição dispõe de um serviço especializado que atende a rede particular e pública, sendo responsável por 70% dos transplantes realizados em Sergipe.
“Desse percentual, quase que o total é proveniente da rede pública e contribui com o aumento no número de procedimentos realizados por nossa equipe. Além disso, contamos com o transplante a laser, que é uma tecnologia exclusiva do hospital. Também realizamos transplantes lamelares, onde separamos a córnea e transplantamos apenas a parte que está comprometida, o que representa mais uma inovação em termos de transplante”, revelou.