Talvez, você não esteja ligando o nome ao problema. Mas, com certeza, já ouviu falar nos erros refrativos, pois eles formam um dos grupos de distúrbios oculares de maior prevalência mundial. São eles: miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia, mais conhecidos como os “problemas de grau”. Eles acontecem quando a luz sofre algum desvio antes de atingir a retina para formar a visão, causado pela própria anatomia do olho, ao atravessar o globo ocular.
Os erros refrativos são comuns e podem ser corrigidos através do uso de óculos, lentes de contatos ou mesmo por meio da cirurgia refrativa. Ainda assim, nem sempre recebem a atenção necessária, podendo colocar a visão em risco. Segundo a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB), erros refrativos não corrigidos configuram uma das principais causas de baixa visão, atingindo cerca de 116 milhões pessoas em todo o mundo.
“Os erros refrativos são comuns e podem ser corrigidos através do uso de óculos, lentes de contatos ou mesmo por meio da cirurgia refrativa.”
Graus elevados de miopia aumentam condições de risco para a visão, como descolamento de retina, catarata e glaucoma. Em casos ainda mais graves, existe a possibilidade de desenvolver uma doença chamada de degeneração macular miópica, que aparece como uma das principais causas de cegueira em diversas partes do mundo. Portanto, diagnosticar e corrigir erros refrativos é muito importante. Caso você note alguma dificuldade para enxergar ou mesmo suspeite que crianças próximas estão enfrentando o mesmo problema – parte considerável dos erros de refração surge na infância –, não hesite em consultar um médico oftalmologista.
Somente o oftalmologista pode diagnosticar e indicar o melhor tratamento para cada caso. E lembre-se: usar óculos comprados no mercado informal é sempre uma péssima ideia e pode colocar em risco a sua visão. Os tipos de erros refrativos Miopia Ocorre quando os olhos podem ver claramente objetos próximos, mas não conseguem identificar claramente objetos distantes. O olho é mais longo que o normal, fazendo com que a imagem seja projetada antes da retina.
O fator hereditário ou histórico familiar é o que mais influencia no aparecimento da miopia. Geralmente, a miopia se desenvolve e progride ao longo da infância e adolescência e se estabiliza por volta dos 18 a 21 anos. Mas, os casos variam muito, podendo haver aumento de grau até além dos 30 anos. A miopia vem crescendo muito entre as crianças devido ao uso excessivo de aparelhos eletrônicos (computador, celular, tablet, videogame). De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum problema de visão, sendo a miopia a campeã.
“A miopia vem crescendo muito entre as crianças devido ao uso excessivo de aparelhos eletrônicos (computador, celular, tablet, videogame).”
Entre os sintomas da miopia, estão dor de cabeça, fadiga ocular, lacrimejamento, forçar a visão ou apertar os olhos, dificuldade em enxergar objetos distantes, dificuldade para assistir a filmes e dirigir, entre outros.
Hipermetropia
Com origem principalmente hereditária, é a condição em que o olho é menor que o normal. A visão é boa de longe, mas há dificuldade em focalizar as imagens de perto. A maioria das crianças é hipermetrope, em grau moderado. A hipermetropia não chega a ser um problema, pois, na maioria dos casos, o grau diminui conforme o crescimento do olho, sendo bastante comum que a necessidade de óculos durante a infância termine na idade adulta. A hipermetropia também pode estar relacionada ao aparecimento de estrabismo na infância. Outros sintomas da hipermetropia são cansaço ocular constante, dor de cabeça, desconforto para focalizar imagens, sensação de peso ao redor dos olhos, ardência, lacrimejamento, vermelhidão, entre outros. Astigmatismo É uma irregularidade na córnea, que faz com que a imagem fique distorcida. Pessoas com astigmatismo podem sentir dificuldade em ler um texto ou em ver pequenos detalhes tanto em objetos que estejam perto como mais afastados. Os objetos parecem desfocados, e as linhas e contornos não são visualizados com boa definição.
“Na maioria dos casos, o astigmatismo ocorre por causas hereditárias e pode estar associado aos outros erros refrativos.”
Na maioria dos casos, o astigmatismo ocorre por causas hereditárias e pode estar associado aos outros erros refrativos. Entre os sintomas do distúrbio, estão dor de cabeça, dor nos olhos, visão cansada, sensibilidade à luz (fotofobia) e enxaqueca relacionada à exposição à luz.
Presbiopia
Também conhecida como vista cansada, é caracterizada pela piora da visão que acontece naturalmente com o avançar da idade, principalmente, a partir dos 40 anos. Isso ocorre porque, com o passar dos anos, o cristalino (lente natural dos olhos) vai perdendo a elasticidade e a capacidade de focar em objetos a diferentes distâncias do olho. O principal sintoma é a visão desfocada, que necessita da utilização de óculos de grau ou lentes de contato para corrigir essa alteração. Outros sintomas comuns da presbiopia são fadiga ocular, visão borrada, dificuldade em enxergar com pouca luz, dificuldade em enxergar letras e imagens muito pequenas, vermelhidão e lacrimejamento, dor de cabeça, “síndrome do braço curto” (quando a pessoa precisa se afastar de algo para conseguir ler ou enxergar), entre outros.
Qual é a diferença entre presbiopia e hipermetropia? Os dois erros refrativos afetam a qualidade da visão para perto. No entanto, a presbiopia é caracterizada por um distúrbio que acontece devido ao envelhecimento, principalmente, a partir dos 40 anos. Já a hipermetropia é diagnosticada mais cedo, em crianças e adolescentes, sendo associada diretamente à estrutura do olho do paciente.
Fonte: Revista VejaBem