Doença causada pela lesão do nervo ótico, normalmente relacionada ao aumento da pressão intraocular, o Glaucoma apresenta-se de forma silenciosa. Por isso, é muito importante a prevenção e a detecção precoce da doença. Na última quinta-feira, dia 26, foi o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma e o objetivo dos médicos é alertar a população sobre os cuidados que se deve ter com a saúde ocular e os riscos se o tratamento correto não for feito.
De acordo com a oftalmologista do Hospital de Olhos de Sergipe (HOS), Naiana Franco, 1 a 2% da população acima dos 40 anos é portadora de algum tipo de glaucoma e a partir dos 35 anos de idade as pessoas já devem começar a fazer uma triagem. Quem tiver algum histórico familiar da doença deve ter uma preocupação maior. E alguns casos podem até ser congênitos.
“O Glaucoma pode ser de vários tipos, mas o mais comum é o glaucoma de ângulo aberto, que é uma doença crônica. Além da pressão alta, outros fatores podem estar relacionados ao seu aparecimento, mas este é o fator mais importante. O outro tipo, apresentado por uma minoria de pacientes, é glaucoma de ângulo estreito”, explicou a médica.
Normalmente, o indivíduo não nota o aparecimento de nenhum sintoma. “Ele é silencioso, a pessoa só descobre quando está muito avançado e começa a perder o campo visual periférico. Depois é que ela perde o campo central. Poucos tipos tem dor, vermelhidão e enjôo”, disse, ressaltando que a pressão normal é de até 21, valor que pode ser variável a depender de cada pessoa.
Através de uma avaliação periódica, deve-se prevenir a doença. O diagnóstico pode ser feito com a consulta regular e a realização de exames, como tonometria (medida da pressão) e avaliação do fundo do olho. “Em casos suspeitos, realizamos exames de campo visual e retinografia (foto do nervo ótico) ou tomografia”, completou.
Segundo Naiana, a pressão alta nos olhos pode ser indicativo da doença, mas não é o único fator. Essa pressão pode alterar durante o dia, tendendo a ser mais alta pela manhã. “O glaucoma é irreversível e se não tratado pode causar cegueira. Por isso, esta doença é uma das principais causas de cegueira. Mesmo não tendo cura, a doença tem controle, por isso quando se inicia o tratamento é para o resto da vida. A cirurgia, quando indicada, tem o objetivo de diminuir a pressão do olho”, falou ela.
Tratamento
O principal método indicado é o colírio, que deve ser utilizado para sempre para baixar a pressão interna do olho. “O objetivo também é diminuir a produção de um líquido, o humor aquoso, assim como aumentar seu escoamento dentro do olho”, comentou, lembrando que quando se opera nem sempre o problema é resolvido e em alguns casos é necessária uma re-operação. “Isso porque o problema da pressão não se resolve com a cirurgia, seu objetivo é apenas controlá-la, pois não melhora a visão nem a pressão do nervo ótico. Porém para os casos em que o uso do colírio não resolve a cirurgia é imprescindível”.
O glaucoma congênito, por exemplo, normalmente trata-se de uma alteração no olho. Nesses casos, o colírio não resolve é deve ser feita a cirurgia nos bebês.
Naiana esclarece que a cirurgia pode ser feita de forma instrumental (trabeculectomia)., com anestesia peribulbar, ou seja, no olho. Hoje já existe o laser, Endociclo, e neste caso a cirurgia é feita com anestesia de colírio. O HOS é o único no Estado que possui o aparelho. “Cada caso tem sua indicação específica”, alerta.
No pós-operatório, o paciente precisa de acompanhamento para medir a pressão do olho com frequência nos primeiros dias após o procedimento e usar os colírios indicados. Além disso, repouso também é importante.
Conheça os fatores de risco do glaucoma:
-Pressão intra-ocular excessivamente elevada
-Idade acima dos 40 anos
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