Uma tarde diferente, com muitas brincadeiras, lanches e diversão. Assim foi o II Encontro Solidário do Hospital de Olhos de Sergipe (HOS), que aconteceu na tarde do dia 6 de novembro, uma sexta-feira, no próprio HOS. A cada ano o hospital escolhe uma entidade diferente para desenvolver esse tipo de trabalho e, este ano, foi escolhida a creche ‘Almir do Picolé’, que levou 30 crianças entre três e quatro anos de idade para participar do encontro.
As crianças puderam participar das brincadeiras realizadas por colaboradores, que se fantasiaram para animar ainda mais a garotada. Além do lanche e do brindes distribuídos, com um delicioso bolo confeitado foi cantado parabéns aos aniversariantes do mês. Na campanha, também foram arrecadados mais de 100 brinquedos para presentear as crianças no natal. Médicos, funcionários e colaboradores estiveram envolvidos com o projeto, exercendo seu amor ao próximo.
No ano passado, o evento foi realizado na sede da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e todos os colaboradores do HOS visitaram a entidade. Desta vez, a solidariedade foi exercitada no próprio local de trabalho, com a creche que há 15 anos realiza um trabalho voluntário para crianças de famílias de baixa renda.
O oftalmologista Mário Ursulino, diretor do HOS, ressaltou a importância e a satisfação em realizar eventos como este. “Acho que é de fundamental importância realizar e participar desses eventos, porque como seres humanos todos nós, seja colaborador ou médico, nos sentimos mais realizados, como se preenchesse uma lacuna dentro do cidadão”, disse o médico, que acrescentou ainda: “do ponto de vista da realidade, é uma necessidade enorme que essa instituição tem para sobreviver dessa doação material e as crianças vivem com falta de carinho, amor, pois geralmente não têm os pais em tempo integral e às vezes nem têm”.
Este encontro, então, teve o objetivo de oferecer um natal antecipado para essas crianças, proporcionando um dia diferente do que eles estão acostumados a passar. E elas adoraram. Almir Almeida Paixão, o responsável pela fundação da creche, completou: “as crianças gostaram muito desse dia de lazer, foi muito diferente para todos eles, que não saem para lugar nenhum.
Eles ficaram muito felizes com tudo. E essa é uma clínica de reconhecimento no Estado, que tem ajudado com as crianças, arrecadou brinquedos, inclusive já tem brinquedo guardado para dar no natal. Dou parabéns para ele (Dr. Mário) e sua esposa, que sabem da importância do meu trabalho. As crianças, graças a Deus, ficaram muito contentes”.
Creche
Almir, presidente da creche, conta que há 19 anos realiza trabalhos sociais. Mas a construção da creche só aconteceu depois que ele ganhou um terreno. “Saí da vila onde morava para fundar a creche. Comecei com 10 meninos, esse número foi aumentando e hoje dou assistência a 80. Eles ficam lá de segunda a sexta, das 7h às 17h, de forma gratuita, com alimentação e damos também cesta básica”, comentou ele.
Sua esposa, Jacirene de Oliveira Paixão, é a vice-presidente da creche e passa o dia inteiro lá, juntamente com 13 funcionários. Almir fica na rua, nos sinais de trânsito, arrecadando dinheiro para garantir a feira do dia seguinte.
“Na creche tem meninos a partir dos quatro meses até os seis anos de idade. Eles têm escolinha e os pais ou alguém responsável vai levar e pegar no fim do dia, pois alguns trabalham o dia todo e não pode ir. Graças a Deus toda a sociedade conhece nosso trabalho, a gente já foi até homenageado no dia dos pais e das mães, e estamos nessa luta”, continuou Almir.
Jacirene completou: “como todo trabalho social tem aqueles que dão valor e aqueles que criticam, mas é a crítica que nos faz crescer. Tem também mães que agradecem e outras não, mas não vamos deixar de fazer o que é bom”. Segundo Almir, eles fazem isso só pelas crianças, que são “uns anjos”.
Além disso, ele foi motivado a desenvolver esse trabalho por ter tido uma infância com dificuldades. “Meus pais se separaram, fui criado pelo povo de rua, morei em orfanato. Então, pela minha infância sofrida resolvi fazer esse trabalho social, porque não tive carinho nem de pai nem de mãe. Não sou rico, não faço nada querendo fins lucrativos, a minha função é ajudar as crianças”.
O sonho deles é aumentar a creche, o que aos poucos vai sendo realizado. Os pisos, por exemplo, foram doados recentemente por uma empresária e serão colocados em breve. “A sociedade reconhece sim nosso trabalho, mas temos muita dificuldade porque tem conta de energia, de luz, gás, remédios para as crianças. Recebemos muita doação de alimentos, mas tem o pagamento de quem trabalha lá, porque damos uma gratificação. Hoje, com o telemarketing, a maioria da ajuda é por telefone. Mas ainda arrecado muito durante o dia e a noite, que é o dinheiro de fazer as compras do outro dia”, revelou ele.
Para os interessados em conhecer o trabalho de Almir ou fazer alguma doação, o telefone da creche é 3254-7644 e o endereço fica na rua Maria Miralda dos Santos, n° 4, Parque Ilza, na Piabeta, em Nossa Senhora do Socorro.
Hoje, a creche conta também com o sistema de telemarketing pelo número 3248-1413. Para as doações em dinheiro:
Banco do Brasil,
Agência 2346-9,
c/c 20074/3 ou
Banese,
Agência 035/3,
c/c 101470-7.Autor: Hospital de Olhos de Sergipe