A visão é um sentido extremamente importante para os seres humanos. É através dela que vemos o mundo, criamos imagens incríveis e colecionamos experiências visuais inesquecíveis. Para que esses momentos possam ser possíveis, é fundamental fazer dos cuidados oculares um hábito constante, frequentando regularmente um médico oftalmologista, independente da idade. Contrariando o que muitos pensam, as consultas oftalmológicas não são apenas para idosos, pois as doenças oculares podem afetar todas as faixas etárias, desde o recém-nascido, passando pelas crianças e adolescentes, jovens adultos, chegando, por fim, nos idosos.
Os primeiros cuidados oftalmológicos devem começar já na gestação. A mãe precisa se vacinar contra rubéola e toxoplasmose, pois essas doenças podem causar cegueira e transtornos neurológicos no feto. Logo após o nascimento, o bebê passa pela primeira avaliação oftalmológica chamada “Teste do Olhinho”. É também nessa fase em que os pequenos aprendem a ver formas e cores, desenvolvendo por completo a visão. Quando a vida escolar começa, geralmente, também surgem os primeiros problemas para enxergar, sendo os mais comuns os erros refrativos (miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia) que, normalmente, são descobertos após queixas constantes de dores de cabeça, olhos irritados, coceira, cansaço visual ou embaçamento, além da queda do rendimento escolar, que também pode ser encarado como um sinal de que algo não está bem, uma vez que as deficiências oculares afetam diretamente o aprendizado. O uso contínuo de aparelhos eletrônicos contribui para o aparecimento da Síndrome da Visão do Computador (CVS). Como muitas crianças e adolescentes passam tempo demais interagindo com celulares, notebooks e vídeo games, por exemplo, eles piscam menos e os olhos ficam mais secos, causando alterações visuais em alguns momentos. Além disso, é ainda na puberdade que o ceratocone é mais propenso a surgir e provocar irregularidades na córnea. Na fase que engloba dos 20 aos 40 anos de idade, o grau de erros refrativos surge ou sofre alterações e outras doenças com predisposição genética podem aparecer. Porém, a preocupação maior é com a pressão dentro dos olhos, porque esta pode levar ao desenvolvimento de glaucoma, uma doença silenciosa que, quando não tratada, leva à cegueira irreversível.
É também na vida adulta que homens e mulheres sentem a vista mais cansada e apresentam maior disposição para a presbiopia, dificuldade para enxergar de perto, causada pela perda da capacidade de foco visual. A partir dos 50 anos, os problemas oculares mais comuns são a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e a Catarata. Enquanto a DMRI sofre influência da perda da percepção de detalhes, formas e cores pela parte central da retina, a catarata é causada por diversos fatores, incluindo o envelhecimento do cristalino, alterações metabólicas devido a algumas doenças sistêmicas ou oculares, tabagismo, alcoolismo, medicamentos ou traumas oculares. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é esperado que ainda este ano 54 milhões de pessoas fiquem cegas devido à catarata, com idade igual ou superior a 60 anos. A doença é considerada a principal causa de cegueira tratável em todo o mundo. Apesar da visão ser considerada o sentido principal, 34% dos brasileiros, isto é, um terço da população do país, nunca visitou um oftalmologista. Esse número é ainda maior entre as classes D e E, segundo informações do Ibope. Consultas oftalmológicas periódicas ajudam a prevenir e tratar precocemente uma série de problemas sérios, em todas as idades.
Fonte: Revista Veja Bem