Em 2017 foi instituído pela TFOS (Tear Film Ocular Surface Society), o Mês da Conscientização do Olho Seco, com o objetivo de divulgar e informar a população sobre a importância desta doença que acomete milhões de pessoas no mundo inteiro, interferindo com a sua qualidade de vida e visão.
Desde de 2020, a Associação dos Portadores de Olho Seco – APOS, em parceria com a TFOS, instituiu no Brasil, o Julho Turquesa: Mês da Conscientização do Olho Seco. Neste primeiro momento serão feitas publicações e atividades diversas, ressaltando a importância da busca do auxílio do oftalmologista para o correto diagnóstico e tratamento.
O que é Olho Seco?
O Olho Seco, ou Síndrome do Olho Seco, ou ainda Doença do Olho Seco, é caracterizado pela diminuição da quantidade e/ou alteração da qualidade da lágrima, causando sintomas de ressecamento ocular, sensação de areia nos olhos e embaçamento visual.
É extremamente comum, atingindo cerca de 14 a 52% da população mundial. Aqui no Brasil, estima-se que o Olho Seco acometa de 13 a 24% da população.
O que causa o Olho Seco?
- Uso prolongado do computador: quando usamos o computador e outros recursos digitais como tablets e smartphones, diminuímos a frequência de piscadas, o que leva a evaporação do filme lacrimal podendo causar sintomas de Olho Seco;
- Idade e sexo: a síndrome do Olho Seco pode acometer qualquer idade, mas é mais prevalente nos indivíduos mais velhos, principalmente em mulheres.
- Lentes de contato: especialmente quando utilizadas incorretamente, pode alterar a lubrificação da córnea e causar intolerância ao seu uso.
- Ar condicionado: locais com ar condicionado proporcionam ambientes mais secos que levam a evaporação mais rápida das lágrimas;
- Outros fatores que estão associados ao Olho Seco: cigarro, medicações, como, por exemplo, antidepressivos, antialérgicos e anti-hipertensivos; algumas doenças sistêmicas como síndrome de Sjögren, alterações nas glândulas palpebrais, dentre outros.
Se você acha que tem olho seco, ou está frequentemente sob a ação de um desses fatores causadores do Olho Seco, pode ser que necessite de tratamento especial. Procure um oftalmologista para fazer uma avaliação específica para o seu caso, e determinar qual o tipo de tratamento adequado para a sua situação.
Diagnóstico do olho seco
A investigação diagnóstica se inicia com perguntas dirigidas, buscando avaliar os fatores de risco de Olho Seco. Em seguida, são aplicados questionários que avaliam sintomas e o quanto esses interferem na qualidade de vida do paciente. O próximo passo é avaliar o tempo de ruptura do filme lacrimal, e depois a osmolaridade e coloração da superfície ocular por corantes específicos. Mais recentemente, novos recursos com exames por imagem têm revolucionado o diagnóstico do Olho Seco.
Hoje em dia já existe em São Paulo um equipamento de última geração, o Keratograph, que utiliza diferentes sistemas de iluminação para obter imagens detalhadas da lágrima e da superfície ocular. Estas imagens são integradas e interpretadas, o que auxilia o oftalmologista a diagnosticar de forma não-invasiva e diferenciar os tipos de Olho Seco.
Tratamento do Olho Seco
O tratamento depende primeiramente do reconhecimento do tipo e da gravidade do Olho Seco, o que deve ser feito pelo exame por um médico oftalmologista.
A meta do tratamento para os olhos secos é aliviar os sintomas, repor e/ou preservar a lágrima e manter a integridade da superfície ocular.
São várias as formas de tratar o Olho Seco, que podem incluir:
- Colírios específicos, conhecido como lágrimas artificiais;
- Lágrimas artificiais em forma de gel;
- Oclusão da drenagem de lágrimas com plugs or termocauterização;
- Uso de medicamentos sistêmicos, como derivados da tetraciclina ou Pilocarpina;
- Anti-inflamatórios tópicos
- Suplementação alimentar com ômega-3;
- Uso de óculos especiais ou lentes de contato esclerais;
- Soro autólogo;
- Tratamento com luz pulsada;
- Cirurgia.
No mês de Conscientização do Olho Seco, lembre-se: nunca utilize medicamentos sem prescrição médica! Procure sempre seu Oftalmologista e faça corretamente o tratamento indicado!
Fonte: APOS