Olho Vermelho nem sempre é sinônimo de Conjuntivite. Conheça as causas que levam à vermelhidão dos olhos e como proceder quando isso acontece
Olho vermelho é sinal de conjuntivite. Nem sempre. Segundo o oftalmologista Eudo Mendonça, do Hospital de Olhos de Sergipe, a vermelhidão que aparece nos olhos pode apresentar diversas causas e não só a conjuntivite como a maioria das pessoas acredita. “Pode ser um conjunto de doenças, não apenas uma. Daí o perigo de se automedicar uma irritação ocular”, disse ele.
Corpo estranho dentro do olho, erro de refração não corrigido, estrabismo latente importante, olho seco, doenças palpebrais, esclerites, episclerites, doenças da córnea, tumores, uveítes anteriores, hemorragias, glaucomas, traumas e as próprias conjuntivites podem ser causas de olho vermelho. “As causas da vermelhidão vão desde uma irritação simples até inflamações oculares graves, que necessitam de tratamento adequado e imediato”, completou o médico.
E nessa época do ano, início do inverno, por exemplo, além das chuvas, a poeira e a fumaça dos festejos juninos fazem com que as irritações oculares sejam mais frequentes. “Principalmente as conjuntivites virais incidem mais frequentemente nessa época, o vírus é mais ativo devido à aglomeração de pessoas, que estão mais em locais fechados. Assim, a transmissão ocorre com mais frequência”, alertou Eudo Mendonça.
Sendo assim, ao primeiro sintoma de vermelhidão deve-se fazer um exame oftalmológico.
De acordo com o oftalmologista, as três grandes ameaças à visão associadas ao olho vermelho são as úlceras, o glaucoma e as uveítes anteriores. “A conjuntivite do recém-nascido também deve ser considerada grave pela potencialidade da origem gonocócica ou por clamydias (bactérias). Claro que estas enfermidades devem ser diagnosticadas e tratadas de imediato”, frisou.
E complementou: “a visão turva que não desaparece ao piscar, a dor, fotofobia (aversão a luz) e halos coloridos em torno da luz, que acompanham o edema de córnea secundário a um aumento abrupto da pressão ocular no glaucoma. Estes são sintomas sugestivos da gravidade do problema”.
Conjuntivites
As conjuntivites, uma das doenças oculares mais comuns, podem ser bacterianas ou viróticas. Trata-se de uma inflamação da conjuntiva, membrana que recobre o olho e a superfície interna das pálpebras, que pode ser aguda ou crônica. “As conjuntivites podem ser desencadeadas por alergias, contato com substâncias químicas irritantes, trauma ou ainda por infecções através de vírus ou bactéria”, falou ele.
A transmissão das conjuntivites infecciosas ocorre tanto por contato direto pelos dedos das mãos sujas, toalhas compartilhadas, cosméticos e uso incorreto de lentes de contato. “Já a viral é mais comumente causada pelo adenovírus, uma família de vírus que normalmente causa o resfriado comum. Muito ativo no início do inverno, este vírus ocasiona muitos casos da doença neste período”, explicou.
O especialista comentou, ainda, que a principal queixa é a sensação de corpo estranho e turvação visual, normalmente sem dor. Além disso, olhos vermelhos e lacrimejantes, coceira, inchaço nas pálpebras e produção de secreção amarelada formando crostas ao redor dos cílios também são sintomas da conjuntivite.
“O tratamento é essencialmente sintomático, ou seja, com o uso de colírios antiinflamatórios, que aliviam os sintomas dos olhos e ajudam o corpo a lutar contra a infecção viral. Compressas frias também dão um alívio e a resolução espontânea ocorre dentro de um período de duas semanas”, ressaltou.
Para prevenir, o médico falou que deve ser evitado o contato com a pessoa contaminada, lavar as mãos frequentemente e evitar esfregar os olhos com as mãos não lavadas, evitar compartilhar maquiagem e toalhas de rosto, usar óculos de natação para nadar e óculos de proteção quando em contato com produtos químicos e não usar colírios ou pomadas sem prescrição médica.
BOX:
Cuidados:
-Lave as mãos com frequência e evite coçar os olhos;
-Não encoste o frasco das pomadas e colírios nos olhos e lave a mão antes e após aplicá-los;
-Evite a exposição a agentes irritantes (fumaça) e alérgenos (como o pólen), que podem
causar conjuntivite; e
-Não use lentes contato enquanto estiver com conjuntivite ou em uso de colírios ou
pomadas.Autor: Dr. Eudo Mendonça | boasaude.uol.com.br