A visão apresenta mudanças de desempenho conforme as fases da vida e, muitas delas, acontecem no período entre o nascimento e a infância. Ainda no útero, a partir do sexto mês de gravidez, o bebê passa a ter a capacidade de identificar a luminosidade. Após o nascimento, o recém-nascido enxerga tudo o que está em uma distância de 15 a 40 centímetros, já que sua visão central ainda está em desenvolvimento. Alguns cuidados e recomendações nessa fase podem estimular e preservar a visão. Em caso de nascimentos prematuros, há maior risco de problemas oculares ligados à idade gestacional, e, quando há suspeita de algum comprometimento da visão, é fundamental ter o acompanhamento de um médico oftalmologista para que seja feito o diagnóstico e tratamento necessários.
Lembre-se:
Independentemente se nascido a termo ou prematuro, o contato entre a mamãe e o seu neném durante a amamentação ou aleitamento é essencial. Assim, além de transmitir segurança, a proximidade vai proporcionar ao recém-nascido que observe os detalhes do rosto da mãe, estimulando a criação de laços e a percepção visual. A distinção dos objetos também é facilitada através de cores fortes e chamativas: apostar nessa informação na hora de decorar o quartinho pode ser um estímulo extra para a visão dos pequenos.
Acalmem-se, papais!
Cuidar de uma nova vida e proporcionar condições adequadas para seu bom desenvolvimento é uma grande responsabilidade, o que faz com que muitos pais e mães estejam atentos e se preocupem com qualquer característica aparentemente diferente do esperado, como a dificuldade que os bebês têm em alinhar os olhinhos. No entanto, esse é um aspecto comum até o terceiro mês de vida e não significa, necessariamente, que o bebê terá estrabismo. Isso acontece porque os músculos laterais ainda estão em fase de desenvolvimento e a tendência é que os olhos se alinhem com o passar do tempo, assim como a visão ganha mais nitidez. De acordo com especialista em Neuropediatria, as conexões dos nervos da retina com o cérebro acontecem a partir dos seis meses de idade, o que possibilita a evolução da visão.
Passada a fase dos “mesversários”…
Os saltos de desenvolvimento durante os primeiros meses de vida são aparentes. Apesar de a visão
ser o primeiro sentido utilizado pelo bebê, somente a partir dos 2 anos de idade as crianças passam a enxergar como um adulto. Caso o pequeno não tenha apresentado problemas oculares e não haja
casos de doenças oculares na família, o ideal é que a primeira consulta com um médico oftalmologista pediátrico seja realizada aos 3 anos de idade, a fim de preparar a criança para a fase de maior amadurecimento da visão: a transição entre a educação infantil e a alfabetização. Com isso, é possível diagnosticar precocemente possíveis problemas de visão e dar o suporte necessário para o aprendizado da leitura e escrita, que é quando a criança mais precisará enxergar bem.
Fique atento aos sinais
Entre 6 e 8 anos, há o completo desenvolvimento neurológico e é imprescindível cuidar da saúde ocular, já que, nessa fase, ainda é possível ter maior eficácia no tratamento caso exista algum problema na visão. O responsável deve ficar atento a qualquer alteração visual, já que é provável que a criança não sinalize caso perceba que algo está errado. Mas, alguns comportamentos podem ser um sinal de alerta, tais como:
- Dificuldade de leitura;
- Necessidade de aproximar o objeto dos olhos ou afastá-lo para enxergar melhor;
- Piscar excessivamente ao focalizar algum objeto;
- Sensibilidade à luz;
- Inflamação frequente nas pálpebras (terçol);
- Dores de cabeça constantes;
- Tontura durante a leitura.
A boa comunicação pode ser um diferencial
Converse constantemente com o seu filho sobre o processo de aprendizagem e pergunte como ele se sente quando é exposto a diferentes tipos de estímulos, como fontes de luz. O lar deve ser um ambiente seguro e para experimentação, deixe que a criança saiba disso. Cuide da visão do seu pequeno e permita que ele se preocupe com o que realmente deve se importar: ser criança.
Fonte: Revista VejaBem I Conselho Brasileiro de Oftalmologia
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