O diabetes é uma doença silenciosa que vai além da elevação de glicose no sangue, pois existem outros riscos diretamente ligados a ela. Os olhos, por exemplo, são órgãos diretamente afetados. Quem tem diabetes sabe que o cuidado com os olhos é tão importante quanto o monitoramento do índice glicêmico. A falta de atenção pode causar cegueira.
Retinopatia diabética é uma das doenças associadas ao diabetes, em que os vasos sanguíneos da retina são afetados. Ela é a quarta principal causa de cegueira no mundo. A melhor forma de evitar é com a prevenção, como explica o oftalmologista do Hospital de Olhos de Sergipe, Dr. Gustavo Melo. “Existe tratamento, mas o ideal é que não se precise tratar e possa prevenir com o controle do índice glicêmico sistêmico, sem que haja lesão ocular. A prevenção ainda é o melhor caminho”.
Existem vários níveis da doença. Quando está no começo, o tratamento é mais simples e com melhores chances de cura. “Quanto mais cedo se descobrir, melhor. Nas fases iniciais da retinopatia diabética, leve e moderada, não se institui nenhum tratamento no olho; simplesmente se recomenda que o controle do índice glicêmico seja mais rigoroso e assim possa evitar a progressão para forma severa, que é a proliferativa, a forma mais grave de todas”, detalha o médico.
O oftalmologista ainda explica quais as formas e tratamento da retinopatia em sua forma mais grave e que causa cegueira: a proliferativa. “Normalmente se indica fazer o tratamento a laser e/ou injeção intravítrea com medicações antiangiogênicas para bloquear a formação de novos vasos sanguíneos, que são a causa principal de todo esse problema da retinopatia proliferativa”.
Sintomas
Assim como o diabetes, a retinopatia não costuma apresentar sintomas, principalmente em sua fase inicial. No entanto, o paciente pode ter alguns sinais que indicam a existência da doença. “No caso da retinopatia proliferativa, é possível que o paciente veja manchas, várias listras, ‘fios de cabelo’; isso é sangue. Pode acontecer de a visão escurecer de uma hora para outra por causa de um sangramento mais intenso ou descolamento da retina, que é a alteração máxima, mais grave de retinopatia diabética. Quando ocorre, tem que operar obrigatoriamente e nem sempre pode ser revertido”, alerta Dr. Gustavo.
O oftalmologista fez questão de reafirmar a importância da prevenção quando se fala de diabetes e olhos. “Quando se chega à cegueira por causa do diabetes, é muito difícil reverter. Por isso, nós pedimos que os pacientes controlem sua glicemia e façam consultas regulares ao oftalmologista. Repito que quanto mais cedo as doenças da visão relacionadas ao diabetes forem detectadas, maior chance de cura”, reforça Dr. Gustavo Melo.