Corrigir erros refrativos como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Este é o objetivo da cirurgia refrativa, cujas técnicas têm avançado bastante ao longo dos anos. De acordo com o oftalmologista do Hospital de Olhos de Sergipe (HOS), Danilo Amaral, especialista em oftalmologia geral, “a cirurgia refrativa já é feita há muito tempo, mas as técnicas foram sendo modificadas, até que chegamos às técnicas consideradas atualmente como as melhores.
Por exemplo, hoje usamos o laser Allegretto e também fazemos os implantes de lentes intraoculares”.
Atualmente, a cirurgia refrativa é indicada no caso do laser, quando o grau do paciente está estável. “Essa estabilização do grau, que nem sempre é total, se dá por volta dos 20 ou 21 anos, mas existem casos em que ela demora um pouco mais, ou seja, existem pacientes com mais idade e que não têm o grau ainda estável. Danilo Amaral continua dizendo que, hoje em dia, tanto para miopia, hipermetropia e astigmatismo, a técnica mais usada é o LASIK: “uma cirurgia onde fazemos um FLAP corneano (faz-se uma fatia bem fina da superfície corneana, para em seguida ser aplicado o laser)”.
A outra técnica é chamada de PRK (onde após ter feito a deseptelização corneana é aplicado o laser). O PRK às vezes permite retirar uma quantidade de graus que o LASIK não permitiria, pois enfraquece menos a córnea. O Excimer Laser Allegretto, disponível no HOS, permite fazer essa primeira etapa da cirurgia de PRK de maneira bem mais segura, pois ao invés de fazer a retirada do epitélio de forma mecânica onde era utilizada uma lamina para fazer a raspagem, usado o próprio laser onde se consegue uma maior reprodutibilidade em todos os pacientes.
Ele completa: “no caso da cirurgia de vista cansada tanto fazemos o PRESBILASIK, que é um LASIK modificado, com o qual tentamos dar ao paciente uma qualidade de visão em que ele possa utilizar a visão de longe e de perto; como existem os implantes de lentes intraoculares multifocais, que é uma cirurgia semelhante à cirurgia de catarata. Nós ainda não conseguimos trazer de volta a mobilidade do cristalino, que é o motivo pelo qual pessoas com menos de 40 anos conseguem focalizar longe e perto, porém os resultados de tais cirurgias são muito animadores permitindo a muitos a independência no uso de óculos.
O Laser Allegretto
Segundo Danilo Amaral, a previsão deste laser é muito grande: “A velocidade do laser é bem maior para tratar os erros refrativos e a previsibilidade também, é um laser muito seguro”.
Contra-indicações
Sobre o procedimento, o médico considera que o principal não é só o ato cirúrgico, mas também o pré-operatório. “Isso porque a cirurgia refrativa nada mais é do que esculpir através do laser a córnea do paciente e torná-la mais próximo de uma córnea normal, mas para isso existem alguns pré-requisitos. Temos que avaliar a espessura corneana, o número de células endoteliais, a superfície anterior e posterior da córnea, a resistência corneana, bem como o grau a ser retirado. Exemplificando, às vezes podemos retirar uma miopia de -7,00 dioptrias num paciente e em outro com características corneanas diferentes desaconselhamos a cirurgia até com um grau menor”.
Assim, ele conclui que o principal da cirurgia refrativa é um bom exame oftalmológico anterior, aliado às possibilidades tecnológicas atuais e certa prudência tanto dos médicos como dos pacientes na expectativa dos resultados. “A cirurgia refrativa veio para ficar, mas como todo procedimento cirúrgico eletivo deverá ser indicado com responsabilidade para atender as reais expectativas e possibilidades de cada paciente”, falou.Autor: Hospital de Olhos de Sergipe